domingo, 9 de agosto de 2009

Colesterol

Boa noite!

Ontem,dia 08 de agosto, aconteceu o dia nacional de combate ao colesterol.
Em Santa Maria,planejamos a coleta de sangue para a dosagem de colesterol.Os kits para a dosagem de colesterol foram,gentilmente,cedidos pela Astra Zeneca para a equipe do ICOR.Infelizmente,como as chuvas foram intensas,transferimos essa atividade para o próximo fim de semana.
A produção do colesterol no corpo humano,apesar de conhecida,ainda não está totalmente esclarecida.Sabe-se,atualmente,que a síntese de colesterol é um marcador da evolução dos seres vivos.
Nos seres humanos,diferentes tecidos possuem essa propriedade,todavia,a importância da síntese de colesterol parece variar entre os tecidos de cada espécie e de um individuo para o outro.Nos seres humanos,acredita-se que o fígado produza de 50 a 90% de todo o colesterol,o intestino,de 20 a 40% e os 10% restantes sejam produzidos pelas gônadas,glândulas e cérebro.O nível sérico considerado normal ainda é discutível,pois depende de vários fatores.Ao longo da evolução humana a produção e o metabolismo do colesterol total no homem sofreu variações.Evidentemente,aí estão incluídos,hábito de vida e alimentar,estilo de vida e transformações genéticas,fenotípicas ou genotípicas,individuais e populacionais,capazes de estabelecer uma forte relação entre os níveis de colesterol elevados e a progressão da aterosclerose.Estudos com mudança de estilo de vida e de hábitos alimentares e tratamentos medicamentosos demonstram redução do risco cardiovascular.
Estudos de prevenção primária,publicados no final da década de 70 e início dos anos 80 evidenciaram menor número de eventos coronarianos,independentemente do método pelo qual se conseguiu a redução do colesterol.A redução do colesterol entre 8,5% e 14% promoveu queda de eventos relacionados a doença arterial coronária(DAC) entre 19% a 47%.
Resultados semelhantes foram encontrados nos estudos de prevenção secundária,antes da era das estatinas.Nesses casos,a redução do colesterol(6% a 23%) também esteve associada com menos eventos relacionados a DAC,tais como angina e IAM(9% a 35%),exceto mortalidade total e cardiovascular.
Dois estudos em prevenção primária,o AFCAPS/TEXCAPS e o WOSCOPS somados aos iniciais,permitem afirmar que é possível reduzir o risco de eventos coronarianos tanto em hipercolesterolêmicos,quanto em pacientes com níveis de colesterol limítrofes,sem diagnóstico de DAC.O recém publicado Júpiter,demonstrou que ao final de 1,9 anos,o grupo que recebeu tratamento ativo com hipolipemiante apresentou redução de 50% no LDL-C e de 37% na PCR-as,resultando em redução de 44% nos eventos cardiovasculares.
Na prevenção secundária,destaca-se o estudo 4S.Foi o primeiro estudo com estatina que conseguiu demonstrar,de maneira conclusiva,que a redução do colesterol em pacientes com DAC,dimminuia não somente os eventos cardíacos,mas também a mortalidade total.Estudos mais recentes,entre eles, o HPS,demonstraram que a redução mais intensa do LDL-C(além dos recomendados pelas diretrizes da época) resultou em diminuição dos eventos cardiovasculares.
Assim.as últimas décadas de estudos clínicos sobre dislipidemia tem comprovado,que a redução intensa do LDL-C proporciona redução adicional dos eventos cardiovasculares.